
Da redação do grupo terra - Alberto, Angela, Giselle, Berenice, Fabiana e Karina
A leitura de hipertextos torna válido afirmar que cada leitor, ao estabelecer sua leitura, estabelece também uma determinada “linearidade” específica. Uma segunda ou terceira leituras do mesmo texto podem levar a “linearidades” totalmente diversas, a depender dos links que sejam seguidos e das opções de leitura que sejam escolhidas.Assim, muito mais que uma não-linearidade, está em causa uma multi-linearidade do hipertexto, em contraposição à uni-linearidade do texto tradicional, ainda que mesmo no texto tradicional.
Na relação entre o tempo da história e o tempo do discurso, a narrativa é uma seqüência duplamente temporal. Há tempo da coisa contada e o tempo da narrativa. Daí podemos fazer a distinção entre a linha do discurso e a linha da história na narrativa. No filme ou na novela, o discurso é sempre linear, a seqüência temporal discursiva é unidirecional. Na linha da história, contudo, isso não é necessariamente verdade. Na maioria das narrativas não existe sincronia entre discurso e história.
No caso do hipertexto e da hipermídia, um terceiro nível se soma à dicotomia discurso/história: uma rota de leitura baseada na seleção e combinação de elementos existentes num arranjo espacial e não-linear de módulos e links. No entanto, apesar disso pode se argumentar cada discurso como discursado se torna forçosamente uma linearidade.
Muito mais que uma ruptura, para o jornalismo, a multimidialidade possibilitada pela internet representa uma continuidade e uma potencialização de uma característica já estabelecida em suportes anteriores de produção e veiculação jornalística.“Em linhas gerais, o que se deve discutir, com respeito aos hipertextos eletrônicos, é a maneira como a materialidade deles se proteifica e se permite percursos e desenhos de leitura e de navegação que colocam em xeque as fronteiras habituais entre real e virtual, espacial e temporal” (SANTOS 2002).
O portal Terra segue basicamente a mesma linha de outros portais. Ao mesmo tempo em que reproduz a estrutura jornalística tradicional, ele mantém uma série de blogs, chats e comunidades virtuais. Ao contrário dos blogs de convidados e do público, os blogs da redação (feitos por jornalistas e colunistas efetivos) recebem tratamento especial, pois normalmente os seus conteúdos são destacados na homepage do site.
Um comentário:
Gostaria de levantar dois questionamentos baseados no que estudamos sobre a relação do tempo da história e do discurso.
1)Podemos dizer que existe jornalismo em tempo "real"?
2)Narrar um fato ao
vivo é tempo real?
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