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JORNALISMO COLABORATIVO
No jornalismo colaborativo o interagente escreve e altera o conteúdo, por isso é o sujeito da comunicação. Esse interlocutor ocupa uma posição de sujeito ativo. Ele pode entrar apenas para ler uma notícia, mas tem também a alternativa de ser um contribuinte participativo. Deixa de ser receptor passivo e tem a possibilidade de ser um interagente, com opiniões contraditórias ou em concordância com o narrador.
Faremos um contraponto entre as narrativas do site Minha Notícia e do Centro de Mídia Independente. A primeira diferença encontrada pelo grupo se refere à aplicação do filtro.
O site Minha Notícia não publica matérias consideradas contrárias a sua política editorial e prioriza as notícias não opnativas. Textos com palavras obscenas, ataques pessoais, com preconceito ou discriminação racial são filtrados e excluídos do site.
O Centro de Mídia Independente opta pelas matérias que estejam em sintonia com seus objetivos
editoriais. Há um filtro que encaminha as matérias contrárias a sua política editorial para uma área menos expressiva, mas a notícia é publicada na íntegra, independente de seu conteúdo. Nâo perca os nossos novos posts!!!!!Cleusa, João, Benny, Izabel, Maria do Carmo, Eliane, Michelle.
2 comentários:
Conceito de Narrativa
Segundo Bruno Leal, “narrar significa buscar e estabelecer um encadeamento e uma direção, investir o sujeito de papéis e criar personagens, indicar uma solução”. Já para Mikhail Bakhtin “Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição dialógica enquanto centro. Tudo é meio, o diálogo é o fim. Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o mínimo de vida". Ele também diz que "O discurso escrito é de certa maneira parte integrante de uma discussão ideológica em grande escala: ele responde a alguma coisa, refuta, confirma, antecipa as respostas e objeções potenciais, procura apoio etc." (Bakhtin, 1978, p.123).
Sob estas duas óticas, podemos inferir que tanto as narrativas apresentadas no “Centro de Mídia Independente” e no “Minha notícia” (IG) apresentam-se como experiências contadas pelos interagentes, num formato que pode ou não ser o do jornalismo tradicional, mas explicita os saberes e as mediações culturais de seus autores-escritores-internautas.
As narrativas apresentadas no CMI são coerentes com sua proposta: “dar voz à quem não têm voz constituindo uma alternativa consistente à mídia empresarial que frequentemente distorce fatos e apresenta interpretações de acordo com os interesses das elites econômicas, sociais e culturais”. Assim, se estabelece identidades culturais com parâmetros sócio-econômicos mais ou menos delineados.Nem sempre os autores são identificados, ou seja, são sujeitos anônimos com direito à manifestação de suas idéias. Privilegia temas ligados ao político-social e antropológico.
Já as narrativas do “Minha notícia” são mais superficiais no sentido de apresentarem informações reduzidas e pouco aprofundadas. Em muitas inserções o texto esgota-se em si mesmo, em outros há possibilidades de mais informações sobre o tema apresentado. Todas as notícias apresentam seu autor-escritor.
Para além da possibilidade de se buscar mais informações no ambiente digital, especificamente na internet, os textos apresentados em muito se parecem com o que é produzido em suportes não-digitais. Apresenta os mais variados temas, em editorias diversas.
Sujeitos em comunicação
Ao considerar que os processos de comunicação, quaisquer que sejam, pressupõem a intervenção do sujeito, podemos avaliar que no CMI e no “Minha notícia” os sujeitos são interagentes relacionais.
No jornalismo colaborativo, foco de nossas discussões, ele pode ser o autor do discurso ou o leitor dos textos apresentados, com a possibilidade de interferir, de se relacionar através do seu discurso. A sua participação pode afetar o outro e ele mesmo pode ser afetado, gerando-se, assim um novo movimento, uma nova forma de construção, onde a linearidade emissor-mensagem-receptor é substituída por uma multi-linearidade, pois vários sujeitos podem interagir num mesmo tempo, em um mesmo ambiente e em espaços diferentes.
Tanto em um, quanto no outro, os lugares ocupados pelos processos comunicativos são, ao mesmo tempo, autônomos e interdependentes. Temos, então, autores que podem ser, simultaneamente, personagem principal, interlocutor coadjuvante, emissor e receptor.
Esse novo espaço não tão novo assim, obriga-nos a pensar os processos comunicativos como mediadores sócio-culturais, que constróem e desfazem diferenças todo o tempo. O processo comunicativo se revela num movimento social que pode modificar a própria sociedade.
Apesar disto, a mediação existe. O filtro existe. Afinal, o meio ainda é utilizado por pessoas, cujo sentido cognitivo ainda é tradicional. Não há, ainda, uma alteração radical na forma como se estrutura o pensamento. Ainda há valores éticos, regras e normas que conduzem a sociedade e isto, ainda, é que determina o produto final.
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