Equipe: Benny, Cleusa, Eliane, Isabel, João Renato, Maria do Carmo, Michelle
De acordo com Marcos Palácios, para compreendermos os conceitos de linearidade, não-linearidade e multilinearidade, devemos discutir a idéia de fechamento, entendido como uma narrativa que apresenta início, meio e fim. No jornalismo colaborativo, essas noções não são bem delineadas. No modelo tradicional, a narrativa quase sempre tem um fechamento. Na mídia digital, o hipertexto pode contribuir para que este fechamento não ocorra.
Outra questão abordada por Palácios é que o hipertexto é mais bem caracterizado como multilinear. Mas ele também adverte que é preciso diferenciar discurso e história na narrativa, pois podem ocorrer tempos distintos em cada um. Ele afirma que o discurso é sempre linear, e a linha da história nem sempre.
Tanto o CMI quanto o Minha Notícia apresentam estrutura não-linear, ou seja, o interagente pode escolher o percurso de navegação. No entanto, ao estabelecer os caminhos de sua leitura, o interagente constrói uma linearidade que lhe é própria, específica e única.
O que percebemos como novo no jornalismo colaborativo, a partir dos produtos que escolhemos, é a certeza de que qualquer pessoa pode ser um repórter e publicar notícias que, em sua grande maioria, não seriam possíveis nas mídias tradicionais (jornal impresso, televisão, rádio), em razão, inclusive, da limitação própria de cada um (espaço e ideologia). E as narrativas são construídas a partir da vivência de cada um. O que é mais interessante e estimulante, é que em alguns casos, a narrativa será a do especialista falando daquilo que entende, sem a mediação do jornalista.
Isto, em nossa opinião, não significa que a profissão de jornalista corra o risco de extinção, pois avaliamos que há uma demanda para a informação que é de interesse mais geral e que exige uma rotina, um planejamento diário de coleta, edição e disponibilização das mesmas para um público maior.
A internet não é um veículo de massa. Ela é uma mídia para nichos, para segmentos, para públicos específicos. Na realidade, a internet garante a divulgação e o acesso a questões que, certamente, estariam fora das grandes corporações e dos grandes portais de comunicação. Portanto, a narrativa também é mais fragmentada, multilinear e, talvez, sem os fechamentos tradicionais a que estamos acostumados.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
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2 comentários:
Bel, será que o discurso é sempre linear? Será que ele não pode ser multilinear, apontando em diversas direções, construindo múltiplos significados? Acho que é algo a se pensar. Quanto à extinção do jornalismo, não acredito. Com as novas mídias sempre surgem esses "mitos" (como o fim do livro, por exemplo), os quais nunca se concretizam. Há públicos, ou "nichos", como você disse, diferenciados.
e, aí, Cleusa, o que temos hoje pro café? A Nata tá aqui babando de vontade de comer aquelas empadinhas da vovó. Vão sair não? pronto, postei no seu blog.
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